De masterplans a design de produto, o escritório Zaha Hadid Architects vem explorando o formalismo na arquitetura a partir de métodos inovadores de projeto há mais de 40 anos. Em 2006, uma colaboração dos arquitetos com designers de mobiliário levou a criação do Zaha Hadid Design, grupo que serviu tanto como um processo iterativo como resultante de um projeto arquitetônico contínuo.
Uma exposição pop-up, localizada no térreo do premiado edifício de ZHA no High Line de Nova Iorque, tem como objeto de exposição maquetes em escala do próprio edifício. Para honrar e apresentar o trabalho do escritório nas últimas quatro décadas, a Zaha Hadid Gallery expõe uma série de projetos em uma ampla gama de mídias, incluindo os Silver Models, que representam oito dos principais trabalhos da empresa.
Continuando o legado de metodologias inventivas e da visão arquitetônica inovadora, a exposição destaca a fluidez e a funcionalidade de seu estilo. Em sua exposição retrospectiva no Guggenhei Museum, em 2006, Zaha destacou:
Meus projetos de produto e de arquitetura sempre estiveram conectadas. Alguns dos nossos projetos mais antigos foram de produtos e de interiores. Essas peças são muito importantes para a minha equipe, eles inspiram nossa criatividade ao promover uma oportunidade de expressas nossas ideias em diferentes escalas e através de mídias diferentes. Uma parte essencial do nosso processo de projeto investigativo.
Primeiramente pensadas para a exposição 'Silver Paintings' na ROVE Gallery, em Londres (2005), as esculturas Silver Model incorporam os conceitos abstratos por trás da forma física de projetos construídos. Inserindo novos materiais e tecnologias, os trabalhos do Zaha Hadid Design também estão em exposição. Trabalhos como o painel Striation para a coleção Royal Thai, ou ainda os candelabros AVIA para a Slamp. Os dois trabalhos envolvem técnicas de camadas multi-dimensionais para enfatizar a luz e a sombra, característica importante nos trabalhos de Zaha.
Para além do interesse na tectônica da fabricação, a exposição também aborda a Cadeira Lapella, uma reinterpretação da cadeira de Hans J. Werger, de 1963. Este projeto estimula a investigação na geração de geometrias que são permitidas por materiais leves como compósitos de fibra de carbono e resultam em desempenho estrutural eficiente. A natureza de pequena escala desses trabalhos permite uma prerrogativa de pesquisa mais dinâmica por parte da empresa, já que o design do produto não está limitado pelas mesmas restrições estruturais e contextuais que a arquitetura deve considerar.
Essas estratégias e processos de pensar a partir de maquetes e modelos, adotadas por muitos outros arquitetos e designers contemporâneos, mostram as possibilidades da arquitetura e do design a partir da experimentação. Por este ponto de vista, a arte e arquitetura estão intrinsecamente conectadas, assim como pode ser visto na exposição. Estudando todo o acervo em conjunto, é possível usá-lo para reconfigurar o entendimento convencional do que é a forma abstrata.